Eu tenho um sonho
:Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississipi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho hoje!
Em 28 de agosto de 1963, Martin Luther King discursa para os cerca de 250.000 manifestantes brancos e negros que convergem para Washington na defesa da igualdade de direitos entre raças, discurso em que exprime o seu "sonho" de um mundo mais justo e fraterno.
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Líder negro pacifista e pastor norte- americano, nasceu em 1929, em Atlanta , na Georgia e formou-se em Teologia na Universidade de Boston. As suas primeiras funções foram como pastor em 1954. No ano seguinte lidera um boicote contra a discriminação racial que dura 381 dias.
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A sua filosofia de não-violência é inspirada por Gandhi e pelos princípios cristãos. Consegue, em 1960, o acesso de negros a lugares públicos. Em Washington , em 1963, mobiliza uma manifestação com 250 mil pessoas, onde profere o célebre discurso relatando o seu sonho de ver brancos e negros juntos. Desta manifestação resulta a Lei dos Direitos Civis (1964) e a Lei do Direitos de Voto (1965) para os cidadãos negros americanos. Em 1968 ganhou o Prêmio Nobel da Paz.
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Em 1968, morre assassinado em Memphis por um branco.
Nos Estados Unidos, milhares de pessoas participaram, neste sábado (24), de uma marcha em Washington para marcar os 50 anos de aniversário do discurso histórico do ativista Martin Luther King pela igualdade de direitos entre negros e brancos.
"Nós venceremos", dizia o refrão entoado neste sábado por milhares de pessoas em Washington. A mesma música que marcou a marcha pelo trabalho e pela liberdade em 28 de agosto de 1963. O dia em que Martin Luther King entrou para a história.
O reverendo que pregava protestos pacíficos fez uma cobrança dura: a prosperidade da América não tinha chegado aos negros, 100 anos depois da abolição dos escravos. Em muitos estados, os negros não votavam nem podiam dividir a mesma mesa com os brancos.
O sonho de Luther King foi revivido na mesma cidade onde um negro hoje governa o país mais poderoso do mundo.
O procurador-geral da república, Eric Holder, disse que a marcha agora inclui mulheres, imigrantes, homossexuais e pessoas com deficiência que lutam por oportunidade e tratamento justo.
O sonho do meu pai ainda não foi realizado, bradou o filho de Luther King, lembrando que 38% das crianças negras americanas são pobres.
E 50 anos depois, a desigualdade ainda é enorme.
A renda dos brancos americanos é em média o dobro da dos negros. Em Nova York , os negros continuam sendo os principais alvos da polícia. E a maioria ainda mora em bairros afastados, que são verdadeiros guetos - longe das principais escolas e dos melhores empregos.
Um dos oradores da marcha histórica, o deputado John Lewis, diz que houve um grande progresso, mas que ainda há uma grande distância a percorrer. Milhões de nossos irmãos ainda não têm trabalho 50 anos depois.