, Por José Dirceu – de São Paulo
Aécio Neves tende a liderar o que restar do PSDB
Uma debandada de 5 vereadores da Câmara Municipal paulistana que abandonaram o PSDB – ia ser 7, mas gestões do governador Geraldo Alckmin seguraram 2 – alastrou o racha no PSDB agora para todos os níveis, já que o partido está dividido entre Alckmin e José Serra no Estado, e entre este e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no país.
No fundo, o PSDB vive a mesma crise que o DEM, de falta de projeto e alternativas para o Brasil. O partido dos tucanos não consegue sair da crítica e não tem propostas, já que precisa se reinventar e não consegue, uma vez que estas divisões e a luta precoce pela candidatura presidencial em 2014 dominam o partido.
José Serra, Alckmin e Aécio já estão em campanha para 2014. Com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso correndo por fora e atirando para todos os lados em seu esforço de fazer o partido pensar o futuro e repensar a si próprio e ao país. Mas, pelo visto e resultados colhidos até agora, sem sucesso.
Lideranças novas mesmo,
no lado do tucanato, nada
Lideranças novas, mesmo, que é bom, no lado do tucanato, nada. As poucas estão caladas, assistindo ao abandono do partido por lideranças históricas como o ex-ministro da Fazenda, Bresser Pereira, cujo afastamento do PSDB adquire uma grande simbologia.
O mais grave, porém, é a debandada de lideranças e parlamentares que aderiram ao tucanato com a expectativa de poder – caso de toda a ala do prefeito paulistano, Gilberto Kassab – e que agora abandonam o ninho tucano e vão para o berço do novo partido de Kassab, o PSD, driblando assim a fidelidade partidária.
Mudam, até porque não há no PSDB um debate de fundo, que reconheça a necessidade de o partido repensar o Brasil e as mudanças implantadas pela era Lula, que ainda não se encerrou. Por isso, pela debandada dos tucanos da Câmara de São Paulo, e com a fundação do PSD pelo prefeito Kassab, Bresser e os vereadores podem ter sido os primeiros de muitos a arrumar as malas e partir do PSDB de Aécio e Serra.
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